domingo, 1 de agosto de 2010

Projeto Porto Maravilha- Emanuele Cristina D. Melo




O Projeto Porto Maravilha é um plano de revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro, que há tempos sofre com o seu abandono. Nesse projeto são apresentados como principais metas: o embelezamento, a reativação da economia, uma melhoria na infra-estrutura e a implantação de moradias e serviços, com o intuito de transformar a área em um pólo turístico e de investimento.
Foram muitas as tentativas de implantação de obras semelhantes em governos anteriores, os quais nunca foram levados à frente. Desta vez parece que o projeto terá um desfecho diferente, levando em consideração que o atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já sancionou dois projetos de lei que viabilizam a continuidade do plano.
“No primeiro, a lei fixa parâmetros que regulamentam a emissão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CPACs) através da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, viabilizando o projeto de revitalização da área.”¹ A qual trará grande arrecadação junto ao governo.
“O segundo projeto de lei cria a Companhia de Desenvolvimento dos Portos que controlará todo o dinheiro arrecadado com as CEPACs e do leilão de imóveis pertencentes à prefeitura.”¹
O projeto também foi pensado para que a qualidade de vida do cidadão residente do Rio de Janeiro possa melhorar, pois alem das obras na região, é necessária também uma melhoria da infra-estrutura ao redor, para que seja facilitado o acesso a essa área e assim desafogar o transito de vias importantes com o a Avenida Brasil.
No âmbito da cultura observam-se esforços para a criação de um museu no Píer Mauá, o qual se chamaria Museu do Amanhã, e a revitalização do Palácio D. João VI para a criação de uma Pinacoteca. Já no campo do entretenimento seriam criados alguns programas como o AquaRio, que seria o maior aquário da América Latina. Serão construídas também, mais de 400 casas no bairro da Gamboa e da Saúde para a população.
Para atrair investidores de todos os tipos para a região após as obras, o governo pensa em implantar um sistema de isenção de impostos, o que é sempre alvo de muita discussão, já que ao mesmo tempo em que beneficia empresas privadas para desenvolver a economia local, cria um buraco na arrecadação podendo acentuar mais os problemas da previdência.
Assim como todo projeto ambicioso, esse também cria muita polemica devido aos grandes gastos gerados, ainda que sejam usados recursos privados em algumas partes, sabe-se que a maioria dos recursos viriam dos governos Federal e Estadual, dinheiro esse, que para muitos, deveria ser investidos em setores mais carentes e urgentes como, Educação e Saúde.
Esse projeto visa, sobretudo, o embelezamento da cidade, estão querendo deixar a cidade Maravilhosa sem "Caos"!!

¹http://www0.rio.rj.gov.br/ipp/

... O contraste, a beleza e o caos do Rio...

Durante esse período tentei conciliar, ou melhor, enxergar o que autores como Vainer e Harvey afirmam em seus estudos sobre a cidade. Pude entender a diferença entre cidade e urbano, que muitos pensam ser a mesma coisa. Pois eu lhes digo, meus amigos! Segundo Pechman, urbano é um estilo de vida... E mais, este autor afirma que a cidade não depende do urbano para existir, mas que sem a cidade, o urbano simplesmente não é nada.
Fui a fundo tentando mostrar os contrastes do Rio de Janeiro, essa cidade maravilhosa, que poucos podem comprar. O Rio de Janeiro da beleza e do caos é a minha cidade. É o local onde vivo, onde passo, onde fico. Mas segundo Vainer não é feita pra mim, para os meus interesses. Mas sim para quem pode, para quem interessa, para quem tem, o que eu assim como a maioria dos cariocas não tenho, capital.
Um exemplo claro é a construção da Linha 4 do Metrô, que segundo o Arquiteto Sérgio Magalhães se configura como um absurdo desperdício de dinheiro público. Já que uma alternativa mais rentável seria a adaptação das linhas de trem existentes em toda a cidade, que beneficiaria toda população que depende do transporte público para sua locomoção. Contudo, não podemos esquecer que na Barra da Tijuca estão as "pessoas" capazes de pagar pelo produto oferecido pelos governantes da cidade maravilhosa. Ou seriam empresários dessa cidade? Empresários ou governantes? Acho que empresários, se levarmos em conta a transição da governança para o empresariamento.
E o curioso é que mesmo em meio a todo esse caos, o Rio de Janeiro continua lindo! Mesmo mesclando a beleza das praias com os barracos das favelas. Porque, por mais que tentem vender a cidade a quem os interessa, ela pertence aos cariocas que não abrem mão de usufruir das maravilhas que o Rio de Janeiro oferece em meio ao caos. Afinal, quem não admira o Pão de Açúcar num engarrafamento no Aterro, ou não se admira com as luzes do Pavão Pavãozinho ao passear a noite por Ipanema?!?! A cidade maravilhosa é esse contraste entre o belo e o caótico, entre a riqueza e a pobreza, entre o morro e o asfalto.


Por Marcela de Mesquita Campana

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Problema no Rio e em Niterói

VANESSA CARNEIRO GARCIA

As grandes favelas de do Rio de Janeiro e Niterói surgiram e cresceram em áreas públicas. É o caso dos Morros do Estado, do Cavalão, do Preventório e da Favela do Sabão. Na década de 90, o então prefeito João Sampaio desapropriou uma área em frente ao Morro do Bumba para instalar ali o novo aterro sanitário de Niterói. O local, contudo, foi invadido e hoje é uma favela de casas de alvenaria.
O Morro do Bumba em Niterói, abrigou de 1970 até 1986 o segundo lixão no bairro Viçoso Jardim. . O primeiro funcionou durante muitos anos no aterrado São Lourenço, localizado no mesmo bairro e hoje encontra-se totalmente urbanizado.
Com o saturamento do lixão do Morro do Bumba, no final do governo de Wellington Moreira Franco, a prefeitura procurou uma nova opção para dar destino final ao lixo da cidade, sendo a primeira tentativa levar os detritos para o aterro sanitário do Engenho Pequeno, em São Gonçalo, onde a prefeitura niteroiense chegou a investir, na época R$ 600 mil.
A comunidade local, no entanto, reagiu, e, durante dois anos Niterói levou seu lixo para o aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias.
Com a desativação do lixão no Morro do Bumba, foi proibida a ocupação do local, no governo Waldernir Bragança, mas aos poucos, por falta de fiscalização, foram construídas pequenas casas de alvenaria.
Atualmente, o lixo da cidade é depositado no Morro do Céu, próximo ao local onde ocorreu o deslizamento. O aterro, no alto de um morro, foi construído sob protesto de ambientalistas e foi alvo de várias ações na Justiça. Antes de ser controlado, o aterro atraiu muitos catadores, que acabaram ocupando áreas próximas para construir suas casas, inclusive no Morro do Bumba.
Completamente urbanizado, o município de Niterói enfrenta, desde a década de 70, quando a população era bem menor, um grande problema: um local apropriado para depositar seu lixo. Com o aterro sanitário do Morro do Céu praticamente saturado, a opção é levar o lixo para o aterro sanitário metropolitano que está sendo construído em Itaboraí para receber o lixo de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. Mas já existem reações de moradores da cidade contra a instalação do aterro no município.
As violações aos direitos humanos dos menos favorecidos economicamente constituem um processo longo e antigo, que remonta às políticas sanitaristas e higienistas do final do século XIX e do início do século XX. Hoje, a questão ainda é recorrente, e por não ser tratada corretamente, se reflete na criminalização dessa parcela da população que lutam de forma legítima pelo direito da moradia adequada.
O pensamento burguês pregava que os atos de moradia dos pobres era nocivo a sociedade, já que para eles as habitações coletivas seriam focos de erradicação de epidemias, além de, naturalmente, serem terrenos férteis para propagação de vícios de todos os tipos e de serem estigmatizados como uma classe perigosa. Esta ideologia acabou expulsando as famílias “os pobres” para loteamentos distantes de seu local de trabalho e para as encostas dos morros e favelas, o que dificultava o acesso a sua reprodução. Tendo em vista que as oportunidades de trabalho estavam concentradas no centro e suas mediações, essa situação perpetua-se até a atualidade.
É uma das finalidades dos movimentos sociais lutar para que o Estado reconheça essas famílias como cidadãos e que possuem direito e acesso a moradia, já que em defesa da propriedade privada o Estado expulsa e criminaliza essa parcela da população ao invés de desempenhar o seu papel em garantia da cidadania.
A crise no setor habitacional é recorrente no Brasil, e isso pode ser percebido de acordo com o aumento das favelas, cortiços, etc. Em contrapartida, o mercado da construção civil é um dos mais rentáveis na atualidade, e a aquisição de imóveis a elevados preços se tornou uma forma de acumulação de riquezas, ou seja, de um lado temos uma grande parte da população que tem poucos recursos para garantir seus direitos e suprir suas necessidades, e de outro temos uma pequena parcela da população que vê a aquisição de imóveis como uma forma de investir no seu dinheiro.
Isto retrata o Rio de Janeiro, que com a conjuntura neoliberal desencadeia o rebaixamento dos salários, além de grandes índices de desempregos e trabalhos precarizados, que faz com o que os trabalhadores por terem uma baixa remuneração necessitam de reduzir custos nas condições de vida tendo que procurar dentre outras medidas, lugares alternativos para garantir o acesso ao direito fundamental à moradia.
O Estado neliberal atende aos interesses do capital o que garante a propriedade privada, então necessita das condições urbanas para reprodução do capital, ou seja, o alto custo das moradias é de grande importância para o Estado sendo esse o motivo da falta de responsabilização do mesmo pela população mais desfavorecida socialmente permitindo assim a proliferação das favelas onde as pessoas geralmente vivem em situações de risco de vida, de forma precária e excluído socialmente.
O Rio de Janeiro, local que abriga a maior favela da América Latina, passou por um estado de calamidade pública no mês de Abril. Na manhã de terça feira dia 06/04/2010 o Rio de Janeiro amanheceu em situação crítica. A enchente que se iniciou na noite de segunda alagou a cidade e toda região metropolitana também sofreu as conseqüências de várias horas ininterruptas de chuva. Grande parte do Estado parou literalmente, o deslocamento para a cidade foi inviável, o trânsito que comumente apresenta problemas, praticamente não funcionou e as autoridades pediram que as pessoas ficassem em suas casas. Como se não bastasse todas as conseqüências trazidas por esse longo temporal, como muitas pessoas desabrigadas, desapropriadas e até mortas na noite de quarta feira dia 08/04/2010 uma parte do Morro do Bumba localizado na cidade de Niterói deslizou, aterrando mais de cinqüenta casas e centenas de pessoas.
A tragédia foi acompanhada de perto pela população através da cobertura constante da mídia que a todo o momento atualizava os números de vítimas e as estatísticas dos danos ocorridos pela enchente. O descaso das autoridades com a grande quantidade de moradores que ainda estavam na região e corriam perigo iminente das chuvas, estava ligada as conseqüências políticas, travando uma disputa de interesses em que a população como sempre parece não ter o cuidado prioritário.
Embora as autoridades digam que os fenômenos naturais são inevitáveis é possível e cabe aos governantes criarem mecanismos que estude e trabalhe os estragos que podem ocorrer com esses fenômenos. As enchentes causaram prejuízos irreparáveis principalmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, uma vez que essas pessoas vivem próximas as encostas, e não tem condições de sair de suas casas em busca de um local mais digno para viver. Os principais impactos causados pelas chuvas na população, como assinala o jornal Folha de São Paulo, são os prejuízos e perdas materiais e humanas; interrupção da atividade econômica das áreas inundadas; contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, etc; contaminação da água pela inundação de depósito de material tóxico, estações de tratamento, entre outros.
Em entrevista a revista Veja o Secretário de Saúde e Defesa Civil, Sergio Côrtes, fez uma defesa radical da retirada das famílias que ocupam áreas de risco. Segundo o Secretário “É preciso investir com seriedade e sem paternalismo nessas áreas. A remoção é a única maneira de garantir que não ocorram mais mortes nos deslizamentos que, muitas vezes, são inevitáveis em encosta íngremes. O secretário se disse impressionado com as dimensões da tragédia.” Pela primeira vez choveu tanto em tão pouco tempo no Rio. Mas não pode ignorar o fato de que 90% dessas mortes ocorreram exatamente porque as pessoas estavam em áreas que não deviam ser ocupadas. E todos sabemos que foram décadas de incentivo a essas ocupações ou, no mínimo, omissão dos governantes”. Diz o Secretário.
Em vez de impedir a ocupação irregular do antigo lixão, o poder público acabou por incentivar a ocupação. Como por exemplo,o Morro do Bumba que a Cedae, no governo Leonel Brizola, fez sua primeira grande obra de saneamento em Niterói, levando para o local, de helicóptero, uma grande caixa de água para atender aos moradores. Logo depois, Brizola levou para o Bumba o programa Uma Luz na Escuridão. Mais tarde, a prefeitura construiu uma escola municipal e levou para a comunidade o programa Médico de Família. O local ganhou uma grande quara poliesportiva, uma creche e outros equipamentos públicos.
De acordo com o Jornal O Fluminense “Muitos políticos apoiaram a construção de imóveis na região inclusive com doações de materiais para a população.
Moradores do Morro do Bumba em Niterói, Região Metropolitana do Rio, reclamaram da falta de informação e de agilidade dos órgão públicos competentes para dar soluções as vitimas da tragédia que ocorreu na comunidade. As principais críticas são quanto a estrutura nos abrigos provisórios, nas escolas municipais, ao pagamento do aluguel social e as vistorias nas casas pela Defesa Civil de Niterói.
Em uma entrevista realizada pelo G1, do Rio “muitos moradores que perderam ou tiveram as casas interditadas reclamam da lotação e da falta de estrutura nos abrigos. As pessoas estão voltando para as casas que a Defesa Civil mandou desabrigar. As igrejas próximas ao morro não tem mais vagas, disse o autônomo Marcos José Araujo, de 32 anos. Desde 2003, ele mora no Morro do Bumba com a irmã e dois sobrinhos pequenos. A casa deles é uma das que a Defesa Civil mandou evacoar. Entretanto, Araujo diz que a Defesa Civil nem se quer vistoriou a casa dele. O pessoal da Defesa Civil só passou olhando dizendo que as casas estavam condenadas”, contou.
Outra situação foi apresentada pelo jornal extra de sexta feira, 23 de abril de 2010, em que moradores da comunidade da Garganta, também em Niterói, afirmam que estão sendo obrigados a apresentar título de eleitor para receber o aluguel social.
É incoerente essa exigência por parte dos órgãos públicos já que os mesmos solicitaram a população a que desocupassem suas residências, além disso, muitos perderam todos os seus documentos.
Analisar alguns aspectos relevantes sobre a problemática que envolve o caso das enchentes no Estado do Rio de Janeiro como, por exemplo, para onde vão as famílias que não tem condições de ficarem nas casas que foram consideradas de risco ou as que perderam além dos familiares o local de moradia, a história o vínculo com o local e até mesmo a identidade. Alguns questionamentos ecoam sobre as nossas cabeças em busca de possíveis respostas. Como, por exemplo, O aluguel social não irá beneficiar a todos as pessoas que sofreram com a enchentes então as pessoas do morro do Bumba ganharão casas, mas e o restante das pessoas que foram atingidas em outras regiões, por exemplo como ficarão?
Os governantes deveriam investigar e criar além de uma política que incorpore elementos básicos de sobrevivências como: saúde, saneamento, educação pensar para onde essas pessoas vão ser remanejadas ou se ficarem nas suas casas se terão acesso a creches, emprego entre outros fatores.
Além de apoio psicológico como de extrema importância para a recuperação dessas pessoas.
Cidade Maravilhosa ou Caos quando se trata de direios dos Cidadãos??
A cidade que possui uma grande riqueza e sendo o cartão postal do Brasil com tanta beleza, possui também um verdadeiro caos se tratando de cidadania.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ZEROVINTEUM (021) - Rio de Janeiro

Rio, cidade-desespero
A vida é boa mas só vive quem não tem medo
Olho aberto malandragem não tem dó
Rio de Janeiro, cidade hardcore.
Arrastão na praia não tem problema algum
Chacina de menores é aqui 021
Polícia, cocaína, Comando Vermelho
Sarajevo é brincadeira, aqui é o Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, demorô, é agora
Pra se virar tem que aprender na rua
O que não se aprende na escola
Segurança é subjetiva
Melhor ficar com um olho no padre e outro na missa
Situações acontecem sobre um calor inominável
Beleza convive lado a lado com um dia-dia miserável
Mesmo assim, não troco por lugar algum
Já disse: este é o meu lar.
Aqui, 021 "Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão"
É...
Rio de Janeiro
"Aqui fazem sua segurança assasinando menor"
É...
Rio de Janeiro
"A cidade é maravilhosa mas se liga, mermão"
É...
Rio de Janeiro
"Então fica de olho aberto malandragem não tem dó"
É...
Rio de Janeiro
É muito fácil falar de coisas tão belas
De frente pro mar mas de costas pra favela
De lá de cima o que se vê é um enorme mar de sangue
Chacinas brutais,uma porrada de gangue
O Pão de Açúcar de lá o diabo amassou
Esse é o Rio e se você não conhece, bacana,
Tome cuidado, as aparências enganam
Aqui a lei do silêncio fala mais alto
Te calam por bem ou vai pro mato
Mas de repente invadem a minha área, todos fardados
Eu tô ficando loco, ou tem alguma coisa errada?
Brincando com a vida do povo, então se liga na parada
Porque hoje ninguém sabe, ninguém viu.
Um dia alguns se cansam e "pow!", guerra civil
Porque como diz o ditado, quando 1 não quer 2 não brigam
Mas já que cê tá pedindo, segura a ira
Porque a cabeça é fria, mas o sangue não é de barata
Esse é o Rio, mermão, o veneno da lata.
How how how faz o Papai Noel
Pow pow pow e nego não vai pro céu
Digo V de veneta, lírica bereta
Black Alien e família, soem as trombetas
Tomando de assalto a cidade que brilha
Mãos ao alto, vamos dançar a quadrilha 288 é formação de quadrilha
Nome:Gustavo Ribeiro, a descrição do elemento
Primeiro é o olho vermelho, na mente, no momento
Como diz o Bispo, eu sou artista, esse é meu lixo
Acesso ao som restrito aos peritos
O dialeto se dito é um perigo, amigo
Para o consumo da alma sem abrigo
O ritmo e a raiva, a raiva e o ritmo
"Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão"
É...
Rio de Janeiro
"Aqui fazem sua segurança assasinando menor"
É...
Rio de Janeiro
"A cidade é maravilhosa mas se liga, mermão"
É...
Rio de Janeiro
"Então fica de olho aberto malandragem não tem dó"
É...
Rio de Janeiro


Não sabia como iniciar a postagem sobre o assunto da morte de um menino de 11 anos na sala de aula de um CIEP Rubem Braga, Costa Barros na Zona Norte da cidade, que ocorreu devido a uma invasão polícial no Complexo da Pedreira. Quando me lembrei dessa música, do Planet Hemp, que muitas vezes realiza criticas vorazes ao atual sistema vigente, seja no campo da economia ou da política. Enfim, o que quero dizer é que numa cidade vendida como maravilhosa, epsódios como esse, de violência contra as camadas mais pauperizada da população ocorrem paulatinamente. Desse modo, cabe reproduzir aqui, novamente, um trecho mais específico da música acima que diz:

"Rio de Janeiro
É muito fácil falar de coisas tão belas
De frente pro mar mas de costas pra favela
De lá de cima o que se vê é um enorme mar de sangue
Chacinas brutais,uma porrada de gangue
O Pão de Açúcar de lá o diabo amassou
Esse é o Rio e se você não conhece, bacana,
Tome cuidado, as aparências enganam
Aqui a lei do silêncio fala mais alto
Te calam por bem ou vai pro mato
Mas de repente invadem a minha área, todos fardados
Eu tô ficando loco, ou tem alguma coisa errada?"

Como o nome do BLOG sugere, não postamos aqui durante esse período apenas a beleza da cidade, mas também epsódios de caos que aconteceram na cidade durante os últimos meses.

Texto: Repensando a "periferia" metropolitana à luz da mobilidade casa-trabalho


Autora: Luciana Corrêa do Lago

A autora trata do desfavorecimento das classes populares no contexto da metrópole, dando enfoque à redução do campo de possibilidades de acesso à moradia e ao trabalho e seus efeitos sobre a dinâmica urbana. Tendo como base as reflexões sobre a tese de que "estaria ocorrendo, no Brasil, uma crescente imobilidade espacial dos trabalhadores pobres no interior das cidades", e na tese que refere-se ao processo de crescimento e dinamização de sub-centros econômicos na "periferia" metropolitana do Rio de Janeiro, acompanhado pelo aumento e concentração da classe média nesses locais; E juntamente com base em algumas evidências estatísticas que segundo a autora, poderiam justificar a densificação das já existentes nas áreas centrais e suburbanas da Capital.
No que se refere as visões das desigualdades sócio-territoriais nas metrópoles brasileiras, a autora retrata a visão dual da metrópole, que na perspectiva crítica, esse espaço era a forma e a condição de integração na economia urbana dos trabalhadores pobres de países dependentes, condição essa que se dava fundamentalmente pelo acesso à situação de proprietários fundiários e aos meios de circulação casa/ trabalho (Kowarick, 1983).
A partir dos anos 80, a crise econômica/estatal e a valorizção das áreas periféricas consolidadas atingiram diretamente as formas de acesso à casa própria para diversos segmentos sociais de baixa renda. Lembrando que a incapacidade dos trabalhadores de fazer dívidas não se deve apenas à desvalorização dos salários frente ao acelerado proceso inflacionário no período, a instabilidade e aincerteza do rendimento mensal também foi outro fator relevante.
Tendo em vista a crise econômica e seus efeitos sobre as codições de reprodução social, os estudos urbanos recentes buscaram redefinir o modelo analítico "centro-periferia", com base em duas alterações centrais: 1-na escala da segregação, em funçaõ da redução da distância física entre ricos e pobres e 2-na natureza de segregação, seja pela auto-segregação das camadas superiores e médias na forma de enclaves desconectados da vida urbana local.
A importância dessa discussão está, além de mostrar as mudanças no padrão de desigualdades sócio-espaciais, resgatar para a reflexão acadêmica, o papel determinante da dimensão territorial, distância/proximidade, na reprodução das relações sociais.
De acordo com os gráficos expostos no texto, podemos verificar que a maioria dos trabalhadores de classes sociais mais baixas, residem longe dos centros urbanos, onde estão localizados as fontes de emprego e renda.
Por outro lado, verifica-se que os trabalhadores mais precarizados (ambulantes e biscateiros), que apresentaram um relativo aumento, entre 1991 e 2000, exercem seu trabalho, majoritariamente, no município de residência. Neste caso, a imobilidade desses trabalhadores precarizados, somada à imobilidade dos desempregados, estariam relacionadas à uma "descentralização perversa" de uma economia popular marcada pela precariedade das condições de trabalho.
A autora diz que as evidências apontadas no trabalho, indicam que somente o estudo mais detalhado e qualitativo sobre a diversidade das interações sociais no mundo popular e sobre a natureza das relações econômicas e políticas entre o centro e sua periferia, permitirá uma compreensão mais abrangente e profunda dos efeitos da "crise do trabalho" sobre as nossas históricas desigualdades sócio-territoriais.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Show do 50 Cent no Rio de Janeiro agita a Cidade!!!


foto: Roberto Filho/ AgNews

No último sábado, dia 17, o rapper americano veio ao Rio de Janeiro em sua turnê "The Invitation Tour" e animou o público carioca na Marina da Glória, Zona Sul da Cidade, esta foi a segunda vez em que o rapper veio ao Brasil, o show durou aproximadamente 70 minutos e estava previsto para começar à 1:00h da madrugada, porém teve início às 00:40h.
O palco principal e a área vip do evento também contaram com a presença de DJ´s do mesmo estilo musical de 50 Cent.O espaço foi dividido em pista, área VIP e camarotes. E de qualquer ambiente era possível ver e aproveitar o show. Telões foram localizados em pontos estratégicos para que ninguém fosse prejudicado.
Na platéia, o público que era em sua maioria jovem, usava roupas e acessórios no estilo do astro do hip-hop, como calças largas e cordões de prata. E quem agitou ainda mais a noite foi o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, que também no estilo do cantor e convidado por ele, subiu no palco durante uma das músicas.
Já no lado de fora do evento, a agitação era pela procura de estacionamento e compra de ingressos. Quem não conseguiu chegar com antecedência ao local teve que enfrentar fila para estacionar, porém a venda de ingressos não foi dificuldade, diversos cambistas estavam próximos ao local do show e tinham variedade nos preços.
Os fãs do astro já estão ansiosos para a próxima vinda do cantor ao Brasil.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Teatro Municipal do Rio de Janeiro já foi reinaugurado



Após dois anos e meio de reformas, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro foi reinaugurado com uma cerimônia que durou cerca de duas horas e meia, para 1.200 convidados.
A restauração do teatro contou com o trabalho de 950 profissionais, sendo 350 restauradores, a obra foi avaliada em cerca de R$ 75 milhões.
O Teatro Municipal ganhou novos acessos para possibilitar a circulação de pessoas portadoras de necessidades especiais, foram instalados, elevador e corrimãos duplos.
A infra-estrutura interna também foi modificada, incluindo as partes elétrica e hidráulica. As cadeiras ganharam encosto mais alto e estofado de veludo, o piso mudou de carpete para uma madeira clássica, e a acústica foi melhorada.
O teatro contará com espetáculos para todas as classes sociais.
A reinauguração do Teatro Municipal é mais um ganho para a população do Rio de Janeiro, tanto no aspecto cultural, quanto atividade de lazer.
Os turistas também poderão ter acesso ao teatro, ele ficará aberto a visitação quando não estiver espetáculo.

Referência Bibliográfica:
www.jfnoticias.com/... theatro_municipal_do_rio_de_janeiro_realiza_evento_oficial_de_reinauguracao

Da beleza ao caos...

Como diria Fernanda Abreu, o Rio de Janeiro é a “cidade maravilha purgatório da beleza e do caos”. Beleza vislumbrada do inicio do Aterro do Flamengo ao fim da Barra da Tijuca, com pontos turísticos, praias, cinemas, museus, parques, florestas etc. A zona sul conta com uma variedade infindável de serviços oferecidos não só pelo Estado, mas também pela iniciativa privada, que enxerga naquele espaço a existência de consumidores em potencial. Contudo, para alguns moradores das favelas cariocas e até mesmo da periferia, a beleza fica escrita apenas nas páginas das revistas, jornais, internet e outros meio de circulação de informação.
O caos se apresenta nas favelas do Rio de Janeiro de variadas formas, através da presença do tráfico, do estigma delegado a esse segmento populacional, na ausência do poder público etc. e é exatamente a partir desse último ponto que esta postagem concentrará seu foco. No dia 03/07/10 foi noticiado no Jornal O DIA a seguinte manchete: Prefeitura do Rio para de tratar o esgoto das favelas. Desde maio de 2009, as favelas cariocas não recebem tratamento de esgoto sob alegação de que essa população não paga os impostos que provém tal serviço. Contudo, coloco a vocês algumas questões questão: Tais pessoas são portadoras de direitos? Não seria o Estado responsável por prover tais direitos a essas pessoas? As respostas são simples, essas pessoas são portadoras de direitos que devem ser garantidos pelo Estado a partir de políticas públicas.
A cidadania desse segmento esta condicionada ao período eleitoral já que nesse momento os políticos dependem dos votos dessa classe para legitimar sua posse. Temos como claro exemplo para tal afirmação essa reportagem, que delega a cidadania e a garantia de direis mínimos ao pagamento de impostos.
A falta de saneamento incide em diversos aspectos da vida cotidiana dos moradores de favela, como por exemplo, na área da saúde onde uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou para o fato de a mortalidade infantil ser 28 vezes maior em localidades onde o tratamento sanitário não é realizado.
O caos se instaura pelo menos para o segmento pauperizado da cidade maravilhosa... E fica aqui a pergunta: O que fazer?

terça-feira, 6 de julho de 2010


TRABALHO DE CAMPO REALIZADO NA ORLA DE COPACABANA QUINTA-FEIRA DIA 01/07/2010


Realizamos o trabalho de campo na quinta-feira dia 01 de Julho na Orla de Copacabana e observamos os vários aspéctos no decorrer da caminhada. O primeiro destaque é sua infra-estrutura urbana, dotava de asfalto nas ruas, sinalizações bem estruturadas todas em perfeito funcionamento. Ao observarmos o espaço de moradia no âmbito geral dotavas se de prédios e em geral que continham o mesmo estilo, e design, logo começamos analisar os comércios existentes no decorrer da orla eram compostos de quiosques sendo que notamos algumas diferenças no seu design, pois no início da orla próximo a Túnel os quiosques possuem modelos antigos, ou seja, inferiores se compararmos com o quiosques a partir do Hotel Copacabana Palace, são elitizados contém televisão com informações de telejornais, anúncios em geral, estes contem até maquinas de cartões de crédito e também de tickets refeições, o que poderia explicar essas diferenças de estrutura, será uma venda da imagem disnificada para atrair os estrangeiros turistas para a infra-estrutura e localização do Hotel em questão. Porém observamos os serviços prestados ao logo da Orla que seriam consultórios médicos, lojas de roupa, salão de beleza todos de utilização e procura pelos frequentadores locais, sendo eles moradores, turistas e se tratando de um local de passagem por ser uma via expressa, passando neste local trabalhador em geral.
Em relação a mão de obra local pudemos observar que detém atividades preponderantes formais com as estruturas dos quiosques, informais com as figuras dos massagista, esculturistas, e ilegais nas figuras dos ambulantes, percursionistas, etc. Ao pararmos num dos quiosques fomos abordadas por vários ambulantes, percursionistas a todo momento, avaliamos que mesmo com a presença de poder policial, o choque de ordem, os guardas municipais presentes ainda são muitos os ambulante no local.
Com relação ao processo de renovação urbana podemos destacar as novas aparências dos quiosques a partir do hotel Copacabana Palace, aparelhos de ginásticas que são recentemente colocados para uso na orla, achamos muito interessante o uso das máquinas para cartões de créditos, por ser uma prática divulgada na mídia em geral a utilização dos cartões para evitar riscos de assaltos fortalecendo assim poder que a mídia exerce na população no âmbito social, político e econômico. Há propósito onde estava localizada a Boate Help será o novo Museu da Imagem e Som.
Como podemos observar que as desigualdades são expressas de várias formas na Orla, tanto no sentido de comércios elitizados, ambulantes, e profissionais ilegais, alguns eram os moradores de rua que se movimentavam para não serem levados por policiais no local.
Quando falamos de espetacularização da cidade Copacabana sediou o Fan fest da Copa do Mundo de 2010, um espetáculo e tanto não acham, verificamos que em regiões do Subúrbio do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense não gozavam deste mesmo espetáculo será isso por conta do público local, com um grande destaque os turistas e venda desta imagem para o comércio exterior como ficaria a imagem do Brasil se mostrasse a miséria contida na baixada fluminense, no subúrbio do Rio de Janeiro, será que teria o mesmo prestígio para sediar a Copa do Mundo, ou deter investimentos estrangeiros....
Em fim mesmo o País detendo o maior números de família desabrigadas, morando nas ruas da cidade, com um índice de miserabilidade altíssimo, estando em péssimas condições o sistema educacional brasileiro, a saúde nem vamos mencionar em que estado está, o alto índice de criminalidade, mesmo contudo isso estampado no cartão postal do nosso País patrocinamos o Fan Fest na Orla de Copacabana será que o interesse era da sociedade, já que temos um Governo Democrático, liberdade de expressão. E agora o Brasil perdeu a Copa e Depois deste espetáculo o que temos, o que conquistamos, o fazemos depois da Copa, pois as Universidades param nos dias de jogos do Brasil, os comércios em geral não foram diferentes, o País parou para assistir o espetáculo e agora o que temos é o que nunca deixamos de ter as frações da Questão social estampada na nossa Bandeira e dinheiro que foi investido no Fan Fest será que não poderia ter sido melhor aplicado no nosso País, em questões emergentes como seria o caso da saúde, educação....

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Filme:" Amor Sem Escalas"


O filme, “Amor Sem Escalas” conta a historia de um consultor contratado por empresas para assumir a árdua tarefa de demitir os funcionários. Ele passa a maior parte do ano viajando de cidade em cidade para levar a má notícia para alguém, o executivo sempre usa um terno e carrega uma mala pequena, onde coloca poucas roupas e tudo o que precisa de forma bem organizada.
Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheia, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Ele adora o estilo de vida que adotou, distante dos amigos, familiares e da casa.
Depois de muitos anos nesse trabalho ele se vê preste a ter um local fixo de trabalho, pois a empresa resolve adotar um plano de demissão por meio de videoconferências, onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório.
Em sua vida acabam entrando duas mulheres que mudam completamente a sua história, uma é a novata do seu emprego que teve a idéia de demissões por videoconferência e a outra é uma mulher a qual se apaixonou, ele a conheceu em uma de suas viagens. Essa mulher tem um estilo de ser bem parecido com dele, é uma executiva que passa a maior parte do seu tempo viajando.
Apesar de a princípio parecer um filme despretensioso, "Amor Sem Escalas" consegue tocar, com muita sensibilidade, em uma série de assuntos cruciais, desde a família, que se desestrutura devido as novas formas de trabalho até a atual situação mundial de trabalho, onde o empregado não tem um local fixo de trabalho.
O filme mostra muito bem a vida de um trabalhador moderno e a atual crise global de desemprego.
É um filme muito bom, vale a pena assistir!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O agito na Cidade durante a Copa do Mundo 2010!!!



A copa do Mundo é um torneio de futebol masculino realizado a cada quatro anos pela Federação Internacional de Futebol(FIFA). A primeira edição aconteceu em 1930, no Uruguai e desde lá, o evento só não ocorreu nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial. A Copa do Mundo é o segundo maior evento desportivo do mundo, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos de Verão.
O Brasil é o país que alcançou mais títulos mundiais, cinco(1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).E será também o país sede do evento em 2014, conforme o anúncio da FIFA no dia 30 de Novembro de 2007. Este ano o evento está acontecendo na África do Sul, teve início no dia 11 de Junho e terminará dia 11 de Julho, e está refletindo seus agitos por todo o mundo.
Aqui na Cidade do Rio de Janeiro, o que mais se vê, é o aumento do lucro no comércio, setor que investiu nas últimas semanas em artigos e decorações com cores e estampas da seleção brasileira, e o aumento nos movimentos em bares e restaurantes, que lotam seus estabelecimentos de torcedores durante os jogos. E que segundo os donos desses estabelecimentos, chegaram a lucrar na útima terça-feira, dia em que jogou a seleção brasileira, igualmente aos finais de semana. Porém acrescentaram que após o jogo, o movimento caiu aproximadamente 30%.
E mesmo durante a semana agitada de trabalho os torcedores não desanimaram e aproveitaram bastante a vitória de 2 x 1 do Brasil contra Corea do Norte. E a espectativa para os próximos jogos aumentou ainda mais. A Cidade e o mundo parecem estar em ritmo de festa.

referência bibliográfica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Rio de Janeiro do séc. XIX: Da cidade colononial à cidade capitalista - ABREU,Maurício de Almeida


Podemos entender, pelo texto, que houve um marco decisivo no processo de urbanização, ocupação e desenvolvimento social do Rio de Janeiro: o ano de 1870.
Até esse momento, o cenário, moldado pela necessidade reinante de meios de transportes, era marcado pela proximidade, quase forçada, das moradias. O transporte era privilégio de uma elite. E, claro, impossível omitir-se o fato de que a maioria da população era composta por escravos.
Após 1870, o Rio de Janeiro passa a atrair a atenção de investidores estrangeiros. A manutenção do regime escravagista era, então, insustentável. Além disso, outro fato foi decisivo para a ocorrência das mudanças marcantes que se observaram após esse período: A vinda da família real portuguesa para o Brasil, impondo ao Rio de Janeiro necessidades até então ignoradas. Nota-se o início de uma época de grande desenvolvimento urbanístico, além do grande investimento em transportes coletivos: os bondes e os trens a vapor.
O estudo, mesmo superficial, da história das civilizações mostra que as grandes mudanças, de um modo geral, têm sido motivadas, via de regra, por um somatório de fatores, havendo, quase sempre, um fator preponderante, que aparentemente desencadeia o processo de mudanças. No caso do Rio de Janeiro, é inegável a importância da vinda da família real portuguesa para o Brasil. No entanto, tal fato não deve mascarar a existência de um fator que, estando presente, evidenciou a situação existente até 1870 e motivou, veladamente, as mudanças que vieram depois. Tal fator é a presença do capital. Aonde chega o capital, as necessidades mudam, de acordo com a nova dinâmica. Mudanças são impulsionadas. O escravo de antes passa a ser o assalariado (bem mais barato que um funcionário branco). Passa a ser também consumidor; moradias mais modestas, cortiços, vilas, para abrigar esse novo contingente populacional vão dando origem aos subúrbios, agora “favorecidos” pelos trens.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

As ruas - Ontem e hoje.

Essa postagem é resultado da comparação de duas crônicas que refletem o cotidiano carioca, A Garota do ubúrbio de de J. CArino e A rua de João do Rio. Em ambos os textos os autores definem os elementos quem fazem parte da Cidade, como os meios de transporte, as ruas, as casas, enfim, cada elemento como parte das nossas vidas. Veem o lado sentimental que está posto a cada um desses elementos em nosso cotidiano, como cada um de nós trata essas particularidades e individualidades de cada lugar por onde se passa.
É como se a Cidade e seus elementos estivessem diretamente ligados com nossa memória, nosso passado, com a nossa história de vida e com a história de vida da própria Cidade, da sua evolução. A evolução dos personagens também está aliada a evolução da Cidade, o envelhecimento e as transformações acontecem em ambos e um depende do outro para que tudo aconteça, para que exista movimento, graça, sentimento, alma... Foi dessa forma que pudemos interpretar os pontos de vista dos autores.
A crônica, Garota de Subúrbio é um contraponto à letra da música Garota de Ipanema, descreve o cotidiano de uma personagem que mora no subúrbio e se caracteriza de acordo com o local onde mora. A garota do subúrbio chama a atenção por sua beleza e compostura. Apesar de não morar em um lugar bonito e elegante como a garota de Ipanema, e mesmo não usando roupas sofisticadas ou tendo um corpo dourado encanta a todos. O trecho que corrobora essas afirmações é: “Ah, se ela soubesse que, quando ela passa, o mundo inteirinho se enche de graça, uma graça que ultrapassa de muito a beleza física e reflete o belo de sua dignidade, o magnífico de sua luta”.
Para João do Rio os personagens caracterizam a rua e a rua caracteriza os personagens. As pessoas de um mesmo bairro possuem gostos e costumes iguais. “A rua fatalmente cria o seu tipo urbano como a estrada criou o tipo social. Todos nós conhecemos o tipo do rapaz do Largo do Machado: cabelo à americana, roupas amplas à inglesa, lencinho minúsculo no punho largo,(...). Esse mesmo rapaz, dadas idênticas posições, é no Largo do Estácio inteiramente diverso”. Ele diz que todos são essenciais para fazer funcionar a rua.

O texto de Paulo Barreto (que assume o pseudônimo de João do Rio), intitulado “A Rua”, retrata hábitos e costumes, bem como descreve indumentárias e paisagens do início do século XX, apresentando protagonistas inusitados: as ruas da cidade. O autor as descreve como se fossem pessoas, atribuindo-lhes personalidade e até mesmo sentimentos, o que caracteriza segundo Pechman o urbano, que se define como as manifestações da cidade. Interessante é a constatação de que, de acordo com a visão do autor, se os tempos, as pessoas e os costumes mudaram, as ruas também mudam, trazendo aqui, a idéia de que a cidade possui é um objeto de reforma (Pechman, 1991) capaz de fazer nascer uma nova ordem social.
O texto descreve ruas calçadas com pedras (tipo de calçamento quase inimaginável para os dias atuais); fala ainda de passeios a pé, conversas nas esquinas. O meio de transporte mais importante ainda era o bonde.
O entretenimento, variando, desde as óperas ao cancioneiro popular.
Mas os tempos, inegavelmente, mudaram. Mudaram, também, os costumes, os hábitos, a indumentária e, infelizmente, os valores. Antes, a palavra bonde remetia a uma idéia agradável, até amigável. Hoje, a palavra "bonde" apavora, amedronta: "vai passar o bonde..." Reflexos da violência urbana dos tempos modernos.
Nos dias atuais, o canto de pássaros nas ruas é uma idéia nostálgica para alguns, estranha para outros e indiferente para a maioria. A Maioria que é transportada diariamente nos trens lotados, caindo aos pedaços, ônibus fumacentos, barulhentos, na correria, na angústia dos engarrafamentos. São os trabalhadores, estudantes ou, em muitos casos, "trabalhadores-estudantes" que, não raramente, praticam jornadas duplas: Muitas vezes retornam ao lar quase na hora de novamente saírem para o trabalho.


São os nossos dias. E os nossos dias são a base para os dias que virão. A pergunta é: Como serão?

domingo, 6 de junho de 2010

A invenção do Urbano - Pechman

No texto “A invenção do Urbano”, Robert Pechman faz a distinção entre cidade e urbano, termo que data da virada do século XVIII para ao XIX. O autor explicita as diferentes funções que a cidade exerce ao longo do tempo, na idade média libertavam e na era industrial civilizavam. Contudo, esse espaço também era lócus dos vícios, da devassidão, exploração e desperdício, se revelando um espaço muitas vezes contraditório. Que não faz juízo a filosofia iluminista que agrega a cidade qualidades como virtude, cidadania e civilização.
Para explicitar a diferença entre cidade e urbano, Pechman explica que o urbano não surge com a cidade, nem necessariamente esta presente onde ela esta, mas que para existir ele depende dela. O urbano é uma ruptura com a cidade, é a idéia de construir um novo objeto, a partir do ponto onde as manifestações se separam de sua origem, no intuito de conferir sentido ao espaço, mas não concretamente, e sim no campo das representações.O urbano não pode ser visto como a cidade, pois ele agrega mais que a cidade em si, é composto também por suas manifestações e expressões e tem como função conhecer e intervir na vida social,
No século XIX para se elaborar uma visão de mundo e de sociedade, toma-se como ponto de partida a cidade como expressão física e o urbano como “síntese das múltiplas relações tecidas nesse espaço” (Pechman, 1991). Esse conceito passa a dar conta da dinâmica social e intervir nela, sendo capaz de impor uma nova ordem social que coloca a baixo a cidade como espaço de libertação.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Análise do texto: "A Produção Capitalista do espaço" (David Harvey)



Esse texto tem ligação com o nosso tema proposto no blog, a exploração dos espaços da cidade do Rio de Janeiro; nele, o autor Harvey, diz que nas cidades, a circulação do capital tem a autoridade de destruir as paisagens anteriores e reconstruir novas paisagens a partir da lógica e dos valores capitalistas, podemos citar como exemplo dado em sala de aula dessa passagem, o projeto da prefeitura com a proposta para derrubar parte do Viaduto da Perimetral no Centro do Rio de Janeiro para revitalizar a zona Portuária e constriur novos prédios no local. Isso mostra como a economia passa a ditar as regras do espaço da cidade.
O autor alega que, com a globalização da economia, as cidades, passaram a ser vistas como empresas incorporando processos e diversificações, como divisões do trabalho, de funções de estilo de vida e valores.
A missão da governança urbana é atrair fluxos de produção, financeiros e de consumo de alta mobilidade e flexibilidade para seu espaço (Harvey, 2005). A cidade tem que parecer um lugar inovador, estimulante e atrativo, tanto para a moradia, quanto para o turismo.
Harvey nos oferece insumos capazes de nos fazer perceber que a cidade não é propriedade de todos, mas sim de um pequeno grupo que decide o que fazer dela sem se preocupar com a coletividade.


Emanuele, Marcela, Stephanie e Vanessa

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Área de risco x Área de rico

Observando os desdobramentos da chuva de março na Cidade do Rio de Janeiro, pude-se perceber a diferença entre áreas de risco e áreas de rico. Nos atrevemos a dizer que "seria cômico, se não fosse trágico". Para exemplificar, iremos utilizar o Morro do Bumba em Niterói e o Alto da Boa Vista.
Estado e sociedade afirmam publicamente que os moradores de comunidades como o Bumba, residem em situação de "risco" por opção, pois não pagam pelos serviços (água e luz) que utilizam. Mas qual o posicionamento deles em relação ao segmento que reside no Alto da Boa Vista, local que se caracteriza como área de risco assim como o morro do Bumba? Qual a diferença entre essas áreas? Qual a estratégia apresentada pelo Estado para esses segmentos?
Enquanto no Morro do Bumba, o poder público apresenta como solução para todos os problemas a remoção das famílias residentes naquele espaço. No Alto da Boa Vista, a solução é recontruir os acessos as casas, quer dizer mansões. A diferença é clara, principalmente se observarmos as iniciativas dos governantes.
O que justifica tal discrepância se nos dois casos as contruções e ocupações representam risco? A resposta para tal questão é exatamente o fato de serem consideradas áreas de risco ou áreas de rico. Enquanto no Morro de Bumba se concentram pessoas de baixo poder aquisitvo, no Alto da Boa Vista reside a nata da sociedade carioca.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A semana que marcou o Rio


A importância desta postagem é ressaltar o estado de calamidade em que se encontrou o nosso Estado na primeira dezena do mês de Abril.Em especial no dia 06/04/2010, onde o caos se espalhou por vários pontos do Rio de Janeiro, trazendo um prejuízo incalculável às vítimas e ao próprio Estado.Principalmente por se tratar de perdas não só materiais,como casas,carros e tantos outros bens e sim perda de vidas, as quais jamais serão repostas.As centenas de vítimas atingidas pelos desmoronamentos de terras, fizeram com que o Rio de Janeiro atingisse o recorde de mortes por desastres em 2010, segundo pesquisa preliminar do CRED( Centro de Pesquisas de Epidemiologia dos Desastres). E mediante ao problema exposto,surge o questionamento: Quem é, ou quem são os responsáveis por todo o estrago e destruição causados? O Governo, a população, ou seriam apenas causas naturais do meio ambiente? Deixamos aqui a nossa intenção de reflexão à todos os interessados no assunto, e esperamos que medidas de prevenção sejam tomadas por ambas as partes( Estado e população).
Stephanie, Emanuele, Marcela e Vanessa.

terça-feira, 30 de março de 2010

O carnaval do Rio foi um SUCESSO!!




Uma das maiores festas do Rio de Janeiro e símbolo do Brasil, o Carnaval carioca foi um grande sucesso.
Nosso Carnaval foi mais democrático, todos puderam aproveitar, tinha o carnaval de rua, que era de graça, e o da Sapucaí, para quem podia pagar.
Neste carnaval, 730 mil brasileiros e estrangeiros escolheram passar a festa no Rio. Eles deixaram US$ 528 milhões na cidade, quase R$ 1 bilhão. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ), os hoteis alcançaram a taxa de 94% de ocupação.
O maior destaque do Carnaval em 2010 foi o Carnaval de rua, que bateu o novo recorde, de 461 Blocos, que ajudou a trazer ainda mais turistas para a cidade, tivemos mais foliões aqui do que em Salvador.


Emanuele, Marcela, Stephanie e Vanessa

2010





Continuaremos a trabalhar com o blog nesse período!
Estamos com a mesma proposta, de mostrar a cidade do Rio de Janeiro sob uma outra ótica, dando ênfase aos contrastes sociais e a exploração dos seus espaços de diferentes formas.
Houve uma mudança no grupo, agora somos:
- Emanuele
- Marcela
- Stephanie
- Vanessa

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Trabalho Individual Marcos Poubel

A OPOSIÇÃO FAVELA-BAIRRO NO ESPAÇO SOCIAL DO RIO DE JANEIRO
LUIZ CESAR DE QUEIROZ RIBEIRO
Professor do IPPUR da Universidade Federal do Rio de Janeiro
LUCIANA CORRÊA DO LAGO
Professora do IPPUR da Universidade Federal do Rio de Janeiro
artigo retirado do portal scielo
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000100016&lang=pt


O trabalho tem como objetivo traçar o perfil social da população residente em favelas na metrópole do Rio de Janeiro a partir de dois enfoques analíticos: a heterogeneidade social no interior do universo estudado e a distância social entre tal população e aquela em seu entorno. Essa perspectiva nos permitirá refletir sobre a imagem da favela como o locus principal da pobreza excludente. Para tanto, serão analisados indicadores de ocupação, renda, instrução, padrão familiar, migração, cor e idade, construídos com os dados do Censo Demográfico 1991 e da Contagem da População 1996.
O artigo se inicia com a definição de favela e com citações que colocam a favela como algo que atrapalha a ordem e a paz urbana, não devendo sequer existir. Depois ele vem mapeando as mudanças de discursos em relação às favelas desde a década de 70 até os dias de hoje, afirmando que há uma concepção dualista. Com a absorção de conceitos e noções teóricas, no campo acadêmico, com os quais se estrutura hoje o debate internacional sobre os impactos sociais e espaciais das mudanças econômicas nas cidades. Tornou-se expressão de prestígio intelectual o uso de termos tais como "gueto", "exclusão social" e "nova marginalidade" nas análises sobre o "problema da favela". A inclusão do narcotráfico e da violência urbana na agenda da academia reforça a legitimidade da concepção dualista, uma vez que a vida organizativa da favela estaria sendo substituída por um estado de anomia.
O grande crescimento demográfico das favelas ocorreu a partir da década de 80. Nos anos 90, ao contrário do que se imaginava, as favelas continuaram a manter as altas taxas de crescimento demográfico. Classicamente, atribuiu-se à migração, particularmente à do Nordeste, a causa do crescimento demográfico nas favelas. Os dados censitários, no entanto, indicam que a migração explica cada vez menos o acelerado processo de favelização em curso na cidade. Na zona oeste, por exemplo, região que apresentou, entre 1991 e 1996, o maior incremento absoluto de população favelada (em torno de 22 mil pessoas), apenas 2 mil e 600 pessoas residentes em favelas eram migrantes2 da década de 90. Podemos inferir que o surgimento e a expansão de novas favelas (localizadas predominantemente na zona oeste) têm ocorrido por meio da mobilidade espacial no interior do próprio município, seja do bairro para a favela, seja de favelas consolidadas para favelas recentes.
O artigo verifica também que na favela, em relação a cidade, há maior predominancia de negos, jovens, homens e de pessoas até 23 anos sem escolaridade. As desigualdades oriundas dessas diferenças podem expressar mecanismos de segregação e/ou discriminação de certos segmentos sociais no mercado de trabalho quando usados como critério seletivo na distribuição das oportunidades ocupacionais ou diferenciador do salário. Constata-se situação similar na análise por nível de escolaridade, ou seja, à maior escolaridade corresponde maior distância social entre moradores de favela e moradores de bairro, o mesmo sucedendo com a distância entre brancos e não-brancos
A análise da situação das favelas perante a dos bairros sugere a existência de importante divisão no espaço social da cidade do Rio de Janeiro. A oposição favela/bairro parece ser a expressão espacial das notórias desigualdades que marcam a sociedade brasileira, já que concentra os segmentos sociais que apresentam maiores desvantagens no acesso às oportunidades: os mais jovens, os não-brancos e os de baixa escolaridade.
No final, o artigo apresenta uma auto-crítica afirmando que esta análise é insuficiente para identificar a posição das favelas no espaço social da cidade. É imprescindível passar da análise da divisão favela/bairro para a interpretação da (di)visão dessa dicotomia socioespacial, ou seja, avaliar se as diferenças observadas são representadas legitimamente na sociedade carioca como separação e/ou inferioridade. Parece que a hipótese explicativa mais plausível é a das diferenças de renda entre favela e bairro.