quinta-feira, 15 de julho de 2010

Da beleza ao caos...

Como diria Fernanda Abreu, o Rio de Janeiro é a “cidade maravilha purgatório da beleza e do caos”. Beleza vislumbrada do inicio do Aterro do Flamengo ao fim da Barra da Tijuca, com pontos turísticos, praias, cinemas, museus, parques, florestas etc. A zona sul conta com uma variedade infindável de serviços oferecidos não só pelo Estado, mas também pela iniciativa privada, que enxerga naquele espaço a existência de consumidores em potencial. Contudo, para alguns moradores das favelas cariocas e até mesmo da periferia, a beleza fica escrita apenas nas páginas das revistas, jornais, internet e outros meio de circulação de informação.
O caos se apresenta nas favelas do Rio de Janeiro de variadas formas, através da presença do tráfico, do estigma delegado a esse segmento populacional, na ausência do poder público etc. e é exatamente a partir desse último ponto que esta postagem concentrará seu foco. No dia 03/07/10 foi noticiado no Jornal O DIA a seguinte manchete: Prefeitura do Rio para de tratar o esgoto das favelas. Desde maio de 2009, as favelas cariocas não recebem tratamento de esgoto sob alegação de que essa população não paga os impostos que provém tal serviço. Contudo, coloco a vocês algumas questões questão: Tais pessoas são portadoras de direitos? Não seria o Estado responsável por prover tais direitos a essas pessoas? As respostas são simples, essas pessoas são portadoras de direitos que devem ser garantidos pelo Estado a partir de políticas públicas.
A cidadania desse segmento esta condicionada ao período eleitoral já que nesse momento os políticos dependem dos votos dessa classe para legitimar sua posse. Temos como claro exemplo para tal afirmação essa reportagem, que delega a cidadania e a garantia de direis mínimos ao pagamento de impostos.
A falta de saneamento incide em diversos aspectos da vida cotidiana dos moradores de favela, como por exemplo, na área da saúde onde uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou para o fato de a mortalidade infantil ser 28 vezes maior em localidades onde o tratamento sanitário não é realizado.
O caos se instaura pelo menos para o segmento pauperizado da cidade maravilhosa... E fica aqui a pergunta: O que fazer?

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