quarta-feira, 23 de junho de 2010

Filme:" Amor Sem Escalas"


O filme, “Amor Sem Escalas” conta a historia de um consultor contratado por empresas para assumir a árdua tarefa de demitir os funcionários. Ele passa a maior parte do ano viajando de cidade em cidade para levar a má notícia para alguém, o executivo sempre usa um terno e carrega uma mala pequena, onde coloca poucas roupas e tudo o que precisa de forma bem organizada.
Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheia, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Ele adora o estilo de vida que adotou, distante dos amigos, familiares e da casa.
Depois de muitos anos nesse trabalho ele se vê preste a ter um local fixo de trabalho, pois a empresa resolve adotar um plano de demissão por meio de videoconferências, onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório.
Em sua vida acabam entrando duas mulheres que mudam completamente a sua história, uma é a novata do seu emprego que teve a idéia de demissões por videoconferência e a outra é uma mulher a qual se apaixonou, ele a conheceu em uma de suas viagens. Essa mulher tem um estilo de ser bem parecido com dele, é uma executiva que passa a maior parte do seu tempo viajando.
Apesar de a princípio parecer um filme despretensioso, "Amor Sem Escalas" consegue tocar, com muita sensibilidade, em uma série de assuntos cruciais, desde a família, que se desestrutura devido as novas formas de trabalho até a atual situação mundial de trabalho, onde o empregado não tem um local fixo de trabalho.
O filme mostra muito bem a vida de um trabalhador moderno e a atual crise global de desemprego.
É um filme muito bom, vale a pena assistir!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O agito na Cidade durante a Copa do Mundo 2010!!!



A copa do Mundo é um torneio de futebol masculino realizado a cada quatro anos pela Federação Internacional de Futebol(FIFA). A primeira edição aconteceu em 1930, no Uruguai e desde lá, o evento só não ocorreu nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial. A Copa do Mundo é o segundo maior evento desportivo do mundo, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos de Verão.
O Brasil é o país que alcançou mais títulos mundiais, cinco(1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).E será também o país sede do evento em 2014, conforme o anúncio da FIFA no dia 30 de Novembro de 2007. Este ano o evento está acontecendo na África do Sul, teve início no dia 11 de Junho e terminará dia 11 de Julho, e está refletindo seus agitos por todo o mundo.
Aqui na Cidade do Rio de Janeiro, o que mais se vê, é o aumento do lucro no comércio, setor que investiu nas últimas semanas em artigos e decorações com cores e estampas da seleção brasileira, e o aumento nos movimentos em bares e restaurantes, que lotam seus estabelecimentos de torcedores durante os jogos. E que segundo os donos desses estabelecimentos, chegaram a lucrar na útima terça-feira, dia em que jogou a seleção brasileira, igualmente aos finais de semana. Porém acrescentaram que após o jogo, o movimento caiu aproximadamente 30%.
E mesmo durante a semana agitada de trabalho os torcedores não desanimaram e aproveitaram bastante a vitória de 2 x 1 do Brasil contra Corea do Norte. E a espectativa para os próximos jogos aumentou ainda mais. A Cidade e o mundo parecem estar em ritmo de festa.

referência bibliográfica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Rio de Janeiro do séc. XIX: Da cidade colononial à cidade capitalista - ABREU,Maurício de Almeida


Podemos entender, pelo texto, que houve um marco decisivo no processo de urbanização, ocupação e desenvolvimento social do Rio de Janeiro: o ano de 1870.
Até esse momento, o cenário, moldado pela necessidade reinante de meios de transportes, era marcado pela proximidade, quase forçada, das moradias. O transporte era privilégio de uma elite. E, claro, impossível omitir-se o fato de que a maioria da população era composta por escravos.
Após 1870, o Rio de Janeiro passa a atrair a atenção de investidores estrangeiros. A manutenção do regime escravagista era, então, insustentável. Além disso, outro fato foi decisivo para a ocorrência das mudanças marcantes que se observaram após esse período: A vinda da família real portuguesa para o Brasil, impondo ao Rio de Janeiro necessidades até então ignoradas. Nota-se o início de uma época de grande desenvolvimento urbanístico, além do grande investimento em transportes coletivos: os bondes e os trens a vapor.
O estudo, mesmo superficial, da história das civilizações mostra que as grandes mudanças, de um modo geral, têm sido motivadas, via de regra, por um somatório de fatores, havendo, quase sempre, um fator preponderante, que aparentemente desencadeia o processo de mudanças. No caso do Rio de Janeiro, é inegável a importância da vinda da família real portuguesa para o Brasil. No entanto, tal fato não deve mascarar a existência de um fator que, estando presente, evidenciou a situação existente até 1870 e motivou, veladamente, as mudanças que vieram depois. Tal fator é a presença do capital. Aonde chega o capital, as necessidades mudam, de acordo com a nova dinâmica. Mudanças são impulsionadas. O escravo de antes passa a ser o assalariado (bem mais barato que um funcionário branco). Passa a ser também consumidor; moradias mais modestas, cortiços, vilas, para abrigar esse novo contingente populacional vão dando origem aos subúrbios, agora “favorecidos” pelos trens.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

As ruas - Ontem e hoje.

Essa postagem é resultado da comparação de duas crônicas que refletem o cotidiano carioca, A Garota do ubúrbio de de J. CArino e A rua de João do Rio. Em ambos os textos os autores definem os elementos quem fazem parte da Cidade, como os meios de transporte, as ruas, as casas, enfim, cada elemento como parte das nossas vidas. Veem o lado sentimental que está posto a cada um desses elementos em nosso cotidiano, como cada um de nós trata essas particularidades e individualidades de cada lugar por onde se passa.
É como se a Cidade e seus elementos estivessem diretamente ligados com nossa memória, nosso passado, com a nossa história de vida e com a história de vida da própria Cidade, da sua evolução. A evolução dos personagens também está aliada a evolução da Cidade, o envelhecimento e as transformações acontecem em ambos e um depende do outro para que tudo aconteça, para que exista movimento, graça, sentimento, alma... Foi dessa forma que pudemos interpretar os pontos de vista dos autores.
A crônica, Garota de Subúrbio é um contraponto à letra da música Garota de Ipanema, descreve o cotidiano de uma personagem que mora no subúrbio e se caracteriza de acordo com o local onde mora. A garota do subúrbio chama a atenção por sua beleza e compostura. Apesar de não morar em um lugar bonito e elegante como a garota de Ipanema, e mesmo não usando roupas sofisticadas ou tendo um corpo dourado encanta a todos. O trecho que corrobora essas afirmações é: “Ah, se ela soubesse que, quando ela passa, o mundo inteirinho se enche de graça, uma graça que ultrapassa de muito a beleza física e reflete o belo de sua dignidade, o magnífico de sua luta”.
Para João do Rio os personagens caracterizam a rua e a rua caracteriza os personagens. As pessoas de um mesmo bairro possuem gostos e costumes iguais. “A rua fatalmente cria o seu tipo urbano como a estrada criou o tipo social. Todos nós conhecemos o tipo do rapaz do Largo do Machado: cabelo à americana, roupas amplas à inglesa, lencinho minúsculo no punho largo,(...). Esse mesmo rapaz, dadas idênticas posições, é no Largo do Estácio inteiramente diverso”. Ele diz que todos são essenciais para fazer funcionar a rua.

O texto de Paulo Barreto (que assume o pseudônimo de João do Rio), intitulado “A Rua”, retrata hábitos e costumes, bem como descreve indumentárias e paisagens do início do século XX, apresentando protagonistas inusitados: as ruas da cidade. O autor as descreve como se fossem pessoas, atribuindo-lhes personalidade e até mesmo sentimentos, o que caracteriza segundo Pechman o urbano, que se define como as manifestações da cidade. Interessante é a constatação de que, de acordo com a visão do autor, se os tempos, as pessoas e os costumes mudaram, as ruas também mudam, trazendo aqui, a idéia de que a cidade possui é um objeto de reforma (Pechman, 1991) capaz de fazer nascer uma nova ordem social.
O texto descreve ruas calçadas com pedras (tipo de calçamento quase inimaginável para os dias atuais); fala ainda de passeios a pé, conversas nas esquinas. O meio de transporte mais importante ainda era o bonde.
O entretenimento, variando, desde as óperas ao cancioneiro popular.
Mas os tempos, inegavelmente, mudaram. Mudaram, também, os costumes, os hábitos, a indumentária e, infelizmente, os valores. Antes, a palavra bonde remetia a uma idéia agradável, até amigável. Hoje, a palavra "bonde" apavora, amedronta: "vai passar o bonde..." Reflexos da violência urbana dos tempos modernos.
Nos dias atuais, o canto de pássaros nas ruas é uma idéia nostálgica para alguns, estranha para outros e indiferente para a maioria. A Maioria que é transportada diariamente nos trens lotados, caindo aos pedaços, ônibus fumacentos, barulhentos, na correria, na angústia dos engarrafamentos. São os trabalhadores, estudantes ou, em muitos casos, "trabalhadores-estudantes" que, não raramente, praticam jornadas duplas: Muitas vezes retornam ao lar quase na hora de novamente saírem para o trabalho.


São os nossos dias. E os nossos dias são a base para os dias que virão. A pergunta é: Como serão?

domingo, 6 de junho de 2010

A invenção do Urbano - Pechman

No texto “A invenção do Urbano”, Robert Pechman faz a distinção entre cidade e urbano, termo que data da virada do século XVIII para ao XIX. O autor explicita as diferentes funções que a cidade exerce ao longo do tempo, na idade média libertavam e na era industrial civilizavam. Contudo, esse espaço também era lócus dos vícios, da devassidão, exploração e desperdício, se revelando um espaço muitas vezes contraditório. Que não faz juízo a filosofia iluminista que agrega a cidade qualidades como virtude, cidadania e civilização.
Para explicitar a diferença entre cidade e urbano, Pechman explica que o urbano não surge com a cidade, nem necessariamente esta presente onde ela esta, mas que para existir ele depende dela. O urbano é uma ruptura com a cidade, é a idéia de construir um novo objeto, a partir do ponto onde as manifestações se separam de sua origem, no intuito de conferir sentido ao espaço, mas não concretamente, e sim no campo das representações.O urbano não pode ser visto como a cidade, pois ele agrega mais que a cidade em si, é composto também por suas manifestações e expressões e tem como função conhecer e intervir na vida social,
No século XIX para se elaborar uma visão de mundo e de sociedade, toma-se como ponto de partida a cidade como expressão física e o urbano como “síntese das múltiplas relações tecidas nesse espaço” (Pechman, 1991). Esse conceito passa a dar conta da dinâmica social e intervir nela, sendo capaz de impor uma nova ordem social que coloca a baixo a cidade como espaço de libertação.