sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Rio de Janeiro do séc. XIX: Da cidade colononial à cidade capitalista - ABREU,Maurício de Almeida


Podemos entender, pelo texto, que houve um marco decisivo no processo de urbanização, ocupação e desenvolvimento social do Rio de Janeiro: o ano de 1870.
Até esse momento, o cenário, moldado pela necessidade reinante de meios de transportes, era marcado pela proximidade, quase forçada, das moradias. O transporte era privilégio de uma elite. E, claro, impossível omitir-se o fato de que a maioria da população era composta por escravos.
Após 1870, o Rio de Janeiro passa a atrair a atenção de investidores estrangeiros. A manutenção do regime escravagista era, então, insustentável. Além disso, outro fato foi decisivo para a ocorrência das mudanças marcantes que se observaram após esse período: A vinda da família real portuguesa para o Brasil, impondo ao Rio de Janeiro necessidades até então ignoradas. Nota-se o início de uma época de grande desenvolvimento urbanístico, além do grande investimento em transportes coletivos: os bondes e os trens a vapor.
O estudo, mesmo superficial, da história das civilizações mostra que as grandes mudanças, de um modo geral, têm sido motivadas, via de regra, por um somatório de fatores, havendo, quase sempre, um fator preponderante, que aparentemente desencadeia o processo de mudanças. No caso do Rio de Janeiro, é inegável a importância da vinda da família real portuguesa para o Brasil. No entanto, tal fato não deve mascarar a existência de um fator que, estando presente, evidenciou a situação existente até 1870 e motivou, veladamente, as mudanças que vieram depois. Tal fator é a presença do capital. Aonde chega o capital, as necessidades mudam, de acordo com a nova dinâmica. Mudanças são impulsionadas. O escravo de antes passa a ser o assalariado (bem mais barato que um funcionário branco). Passa a ser também consumidor; moradias mais modestas, cortiços, vilas, para abrigar esse novo contingente populacional vão dando origem aos subúrbios, agora “favorecidos” pelos trens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário