quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Trabalho de Campo: Campus UFRJ/PV à Praia Vermelha





No dia 10/11 nosso grupo realizou o trajeto do campus UFRJ/PV à Praia Vermelha. Com olhar crítico, observamos os usos e abusos do espaço público. Após nossa observação empírica, com base no artigo "De perto e de dentro: Notas para uma etnografia urbana" do Magnani classificamos nossa observação de acordo com as categorias apresentadas no artigo. São elas : pedaço, trajeto, mancha, pórtico e circuito.
Quando um espaço, ou um segmento dele, é demarcado torna-se ponto de referência para distinguir determinado grupo de frequentadores como pertencentes a uma rede de relações, denomina-se pedaço. O componente espacial do pedaço, ainda que inserido num equipamento ou espaço de mais amplo acesso, não comporta ambiguidades desde que esteja impregnado pelo aspecto simbólico que lhe empresta a forma de apropriação característica.
No trajeto à praia vermelha, apesar de existirem residencias, no caminho observamos a predominância de instituições militares, além de campus das universidades UFRJ e UNIRIO e o Instituto Benjamin Constant. Na praia, não foi observada a utilização do espaço por moradores ou outro grupo social, havia a prediminância de turistas. A categoria pedaço não se enquadrou nesse contexto, pois apesar de ser um ponto de aglutinação dos turistas, eles não buscavam o fortalecimento de laços.
Percebeu-se claramente a presença da categoria mancha. Os turistas usavam o bondinho do pão de açucar, havia a circulação de gente oriunda de várias procedencias, sem estabelecimento de laços mais estreitos entre eles. Diferentemente do que ocorre no pedaço, para onde o indivíduo se dirige em busca dos iguais, que compartilham os mesmos códigos, a mancha cede lugar para cruzamentos não previstos, para encontros até certo ponto inesperados, para combinatórias mais variadas.
O termo trajeto surgiu da nescessidade de se categorizar uma forma de uso do espaço que se diferencia, em primeiro lugar, daquele descrito pela categoria pedaço. Trajeto aplica-se a fluxos recorentes no espaço mais abrangente da cidade e no interior das manchas urbanas. A idéia de trajeto permite pensar tanto uma possibilidade no interior das manchas como na abertura de novas manchas e pedaços em direção a outros pontos no espaço urbano. Essa categoria, assim como os pórticos, não foi encontrada pelo grupo.
Os trajetos levam de um ponto a outro por meio de pórticos. Trata-se espaços, marcos e vazios na paisagem urbana que figura passagem. Caracterizando-se por ser lugares sombrios.
A noção de circuito descreve o exercício de uma prática ou oferta de determinado serviço por meio de estabelecimentos, equipamentos e espaços que não mantêm entre si uma relação de contigüidade espacial, sendo reconhecido em seu conjunto pelos usuários habituais. Também designa um uso do espaço e de equipamentos urbanos. Em princípio , faz parte do circuito a totalidade dos equipamentos que ocorrem para a oferta de tal ou serviço, ou para exercício de determinada prática, mas alguns deles acabam sendo reconhecido como ponto de referência e de sustentação à atividade.
Por ser um ponto turístico, o grupo observou a presença da categoria cirtuito entendendo o bondinho como parte de uma série de equipamentos que são visitados pelos turistas.

Emanuele, Marcus e Pamela

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